InZOI gera debate acerca de IA generativa

Após muita antecipação pelo lançamento, InZOI gera controvérsia com recurso que permite o uso IA generativa

O lançamento do primeiro trailer de InZOI, há cerca de um ano, tem gerado muita expectativa, particularmente entre fãs do gênero de life sim. Muitos consideraram o game um potencial “assassino do The Sims 4”, uma opinião adotada a partir da decepção dos fãs com o estado atual da franquia: muitos DLCs e pacotes de conteúdo, mas pouca manutenção do código. Logo, isso resultou em um game sujeito a inúmeros bugs e travamentos, não justificando os preços exorbitantes por cada conteúdo.

Uma luz no fim do túnel

Naturalmente, os primeiros vislumbres do desenvolvimento de InZOI simbolizaram uma faísca de esperança para os fãs de jogos de simulador de vida. “Espero que os desenvolvedores de The Sims estejam tremendo com isso. Precisamos de mais competição no gênero de life sim“, diz um dos comentários no primeiro trailer do jogo.

InZOI demonstrou ter um potencial de customização enorme, inclusive permitindo que os jogadores criem suas próprias texturas, dentro do próprio jogo, para objetos e roupas. E aí é onde a controvérsia começa.

IA generativa gera recepção não tão calorosa

Um dos recursos do jogo permite que o jogador gere suas próprias texturas através de um simples prompt. E quando o assunto é inteligência artificial generativa, várias questões éticas são levantadas.

fonte: Reddit

IAs generativas, como o Stable Diffusion e o Midjourney, utilizam extensivamente conteúdos protegidos por direitos autorais em seu treinamento. Esses modelos dependem diretamente da criatividade humana para replicar obras, e, por esse motivo, muitas empresas os veem como uma alternativa mais “barata” em comparação à contratação de profissionais humanos. Diante disso, não é difícil entender por que tantas pessoas — especialmente artistas — se posicionam contra essa prática.

Além da questão ética, os impactos ambientais das IAs generativas também levantam sérias preocupações. Treinar um modelo desse porte exige uma quantidade impressionante de eletricidade, o que contribui diretamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono e coloca ainda mais pressão sobre as redes elétricas. Além disso, o processo consome grandes volumes de água, usados no resfriamento do hardware. Como resultado, os fornecedores de água ficam sobrecarregados e os ecossistemas locais sofrem com os desequilíbrios causados.

Krafton responde à controvérsia

Krafton, o estúdio responsável por desenvolver InZOI, esclareceu, na rede social X, que os modelos de IA generativa da empresa “são treinados usando […] dados de propriedade exclusiva da empresa e livres de problemas de direitos autorais”, e “não fazem comunicações on-line com servidores externos.”

Vale lembrar que Krafton é um estúdio abertamente a favor de inteligência artificial generativa. Ainda que treine seus modelos com conteúdo próprio da empresa, a maneira que o time utiliza IA onde a mão de obra humana podia ter sido empregada ainda incomoda muita gente. Ao que tudo indica, o recurso de gerar texturas para objetos no jogo chegou para ficar.

Apesar disso, InZOI segue com cada vez mais vendas, com uma taxa de aprovação esmagadora, crescendo rapidamente no mercado de games de simulação de vida como um concorrente poderoso.

Fontes:
Reddit – Krafton, the studio behind Inzoi heavily supports AI
MIT – Explained: Generative AI’s environmental impact

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